segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O PAPEL DOS NEGROS NA SOCIEDADE BRASILEIRA




Todos nós sabemos da importância dos afro descendentes na história e na cultura brasileira. Desde o início de nossa colonização por Portugal que grandes levas de africanos foram trazidos à força para estas terras e trabalharam muito para fazer a riqueza deste país. Foram séculos de escravidão, sofrimento e aculturação. Por isso, na atualidade, penso no tema: que  papel os negros desempenham na sociedade brasileira ?
Primeiramente é preciso lembrar que somos brasileiros e por isso com direitos e deveres iguais. Então por que questionar qual o papel dos negros? Qual o papel das mulheres? Qual o papel dos jovens? Penso que a questão seja: Qual o nosso papel dentro da nossa sociedade. Se, primeiramente não assumirmos nossa responsabilidade como cidadãos, independente da nossa idade, da cor, da religião ou da cultura, nada poderemos fazer para melhorar este país. Portanto, o papel dos negros é o mesmo de qualquer um de nós: a busca por um país melhor.
Definido este primeiro conceito, pensemos na nação brasileira como fruto de um amplo processo de miscigenação onde a cultura africana foi e continua sendo predominante. Somos um povo colorido, diverso e divertido, graças a grande contribuição das várias  etnias  que formaram nosso povo. A cultura africana é, sem dúvida, elemento fundamental na compreensão de nossa história e por isso é necessário que aprendamos a valorizar a cor, o cheiro, os sabores, a música e a dança, ou qualquer outro aspecto que nos relacione aos africanos e a sua história.
Relembrar todos os “heróis negros” que no Brasil e no mundo tiveram papel importante na luta por igualdade de direitos, como Martim Luther king, Nelson Mandela, Zumbi de Palmares , João Cândido e outros e tantos outros, é  uma forma de valorizar esta etnia tão sofrida pelas condições históricas de humilhação e desprezo. Realizar momentos de reflexão sobre a consciência negra e sugerir ações que reduzam o preconceito e a discriminação também é uma forma de colaborar para a formação de uma verdadeira nação brasileira, que se aceita e  orgulha de sua diversidade.
Durante a realização deste sarau e de outras atividades que se relacionem a história dos afros descendentes no Brasil, devemos assumir uma postura de intolerância diante de qualquer ação que fira a liberdade, o direito de expressão e a igualdade. Somo diferentes sim, mas desiguais não. E retornando ao início deste texto, pensemos não só no papel dos negros, mas em nosso papel de cidadãos críticos, honestos e revolucionários diante da constatação de qualquer forma de violência, opressão ou exclusão.
Somos um povo que deve se orgulhar da história que tem, das conquistas que fez, do progresso que alcançou, mas  acima de tudo, somos um povo que tem ainda um longo caminho a percorrer atrás de uma sociedade mais justa. Oxalá, todos nós tivéssemos a coragem de seguir o exemplo de Zumbi e de tantos outros negros que não se conformaram com a escravidão e lutaram, por mais difíceis que fossem as condições e chances de vitória, por uma vida mais digna e livre. Que nossos momentos de reflexão sobre o papel dos negros em nossa história nos tornem mais sábios e capazes de ter iniciativas louváveis no resgate a história e cultura de nosso país.
Enfim, que todos nós aprendamos a ler e enxergar melhor o mundo em que vivemos, assumindo nossa responsabilidade na luta pela igualdade entre todos, sem nenhum tipo de distinção. Somos brasileiros e nenhuma mudança acontecerá neste país sem que antes nos orgulhemos deste título. 
Eu sou brasileira, tenho sangue africano, a consciência negra e me orgulho muito disso.


Rosilene Patricio Galvão
Professora de História do Ensino Médio
Instituto Educacional Saber – Rede Pitágoras – Nova Serrana - MG